O presidente da AIG, Edward Liddy (à esq.), enfrenta protestos durante audiência no Congresso; diante da ira popular, Obama pediu ao secretário do Tesouro, Tim Geithner(à dir.), que bloqueasse o pagamento dos bônus.
Em 2008, os americanos descobriram que parte da exuberância financeira exibida por sua economia na última década era de fato irracional. Depositava-se em uma mentira criada pela falta de regulação adequada, pela irresponsabilidade de Wall Street e pelo estelionato puro e simples perpetrado por um punhado de escroques – sendo o maior deles o investidor Bernard Madoff, que há pouco admitiu, candidamente, ter roubado 65 bilhões de dólares de seus clientes. Não bastasse a indignação inicial produzida por essas revelações, descobre-se agora que a seguradora americana AIG, então à beira da falência, pagou 165 milhões de dólares em bônus a um grupo de executivos neste mês, com a crise em seus momentos mais dramáticos, poucas semanas após a empresa ter recebido uma boia de salvação de 180 bilhões de dólares de dinheiro público. Enquanto as famílias americanas viam no bolso o gosto amargo do desastre financeiro, premiaram-se os diretores da empresa que produziu o maior prejuízo trimestral da história corporativa americana – um desastre equivalente a 465 000 dólares evaporados por minuto. Pior: a unidade contemplada da AIG foi justamente sua divisão financeira, aquela que transformou a saudável seguradora quase num cassino.(...)
Fonte: Revista Veja. Fotos Susan Walsh/AP e Jim Young/Reuters
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