terça-feira, 31 de julho de 2012

Seca nos EUA pode ter efeitos devastadores -OESP

Com estiagem, americano não vai passar fome, mas aumento do preço dos alimentos deve atingir economias mais pobres que importam commodities

MATTHEW YGLESIAS, SLATE - O Estado de S.Paulo


Durante a maior parte da história do homem, a grande maioria da produção econômica foi agrícola. A boa notícia era que as recessões - oscilações no ciclo econômico industrial - eram praticamente desconhecidas. A má notícia é que a prosperidade humana estava à mercê de forças além do nosso controle: acima de tudo, o clima. A diferença entre uma boa colheita e uma colheita ruim era a diferença entre a vida e a morte.

As oscilações do clima são menos drásticas nos países avançados de hoje, mas ainda são importantes. E os Estados Unidos atualmente vivenciam uma temporada de clima extremamente ruim para as fazendas, com uma seca extrema afetando uma grande - e cada vez maior - região do país. Junho foi o terceiro mês mais seco já registrado em 118 anos de acompanhamento, e julho não parece ser melhor. Isso não vai fazer os americanos passarem fome, mas a perspectiva econômica parece ruim, e as políticas em vigor para aliviar os efeitos negativos são extremamente inadequadas. Existe até a possibilidade de os bancos centrais agirem de maneira que tornarão a situação ainda pior.

A chave do problema está no milho e na soja, dois dos principais motores das exportações agrícolas americanas. De acordo com o alarmante mapa da seca apresentado pelo Departamento da Agricultura, 88% do milho americano é cultivado em áreas atualmente afetadas pela seca. O site de monitoramento da seca da Universidade de Nebraska-Lincoln informa que 38% da colheita americana de milho e 30% de colheita de soja se encontram agora em "péssima condição".

O resultado é um aumento vertiginoso no preço do milho e da soja no mercado futuro, prevendo preços mais altos para os alimentos nas próximas semanas e meses. Em resposta à alta nos preços, a China já tenta depender menos das importações americanas. A China pode arcar com esse custo. Nos países desenvolvidos nos quais o crescimento da renda foi muito mais lento, será mais difícil se ajustar a esses aumentos das commodities. E as piores consequências serão vistas nos países mais pobres que importam alimentos. A raiva pelo aumento no preço dos alimentos foi um gatilho importante para a Primavera Árabe. As mudanças políticas no Oriente Médio ainda não trouxeram o crescimento econômico., e é possível uma maior instabilidade.

Miopia. As políticas americanas de resposta têm seu foco míope nos limitados interesses dos agricultores. O departamento americano da agricultura declarou uma "área de desastre pela seca" cujas fronteiras se expandem conforme a situação piora. Os agricultores da zona afetada têm direito a descontos no crédito e outros benefícios federais.

Levando-se em consideração o enfraquecido estado da economia nacional como um todo, essas são políticas amplamente úteis, e não apenas um afago a um grupo de interesse específico. Mas o economista Miles Kimball, da Universidade de Michigan, propôs um amplo programa de "linhas federais de crédito" como forma de estímulo que oferece resultados melhores em relação ao dinheiro investido, substituindo os empréstimos convencionais. O programa emergencial de empréstimos é essencialmente uma versão muito reduzida desta ideia, de modo que, no contexto de uma recessão, ele traz benefícios.

Mas não podemos considerá-lo uma grande política de resposta ao problema econômico da seca. O clima ruim e as colheitas arruinadas são terríveis para os agricultores afetados, é claro. Mas, na mesma medida, os preços mais altos resultantes disso representam um lucro bem-vindo para os agricultores que têm a sorte de estar fora da região afetada pela seca. São na verdade os não agricultores que mais perdem (pagando preço mais alto pela comida) num cenário de seca, e a assistência voltada às necessidades dos agricultores afetados pela seca é simplesmente uma transferência agregada dos recursos das pessoas que consomem o alimento para aquelas que o cultivam.

Vítimas. Ao mesmo tempo, não é com as perspectivas econômicas dos agricultores que deveríamos nos preocupar. Há apenas cerca de 1,2 milhão de agricultores nos EUA e, enquanto classe, eles são mais ricos do que a média. Temos em média 18 vezes mais pessoas trabalhando em bares e restaurantes que devem ter as atividades afetadas pelo preço mais alto dos alimentos. Para começar, as refeições nos restaurantes são um luxo para a maioria das famílias e, quando o alimento que estas compram para o lar começa a ficar mais caro, a tendência é reduzir o número de saídas. Por outro lado, os donos de restaurantes são afetados pelas margens de lucro menores e ingredientes mais caros. É claro que eles também podem aumentar seus preços, mas isso só ajuda a afastar ainda mais os fregueses./ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fahim anuncia Vânia Célia para vice-JM


Foto: Jairo Chagas/Jornal da Manhã

O candidato a prefeito pelo PSDB, empresário e médico Fahim Sawan, anunciou ontem a educadora Vânia Célia Ferreira como vice na chapa. Filiada ao partido desde 2004, ela foi apresentada como a solução ideal – e não caseira, como questionado – para a corrida à sucessão municipal, depois que o grupo que sustenta a candidatura do tucano descartou a composição com João Franco Filho (PDT).

A decisão de fazer a troca se pautou no fato de que o pedetista foi indiciado pela Polícia Federal por superfaturamento na compra de medicamentos, no chamado escândalo da Home Care.

“Foi um convite. Estou no governo há nove anos comandando a Superintendência de Ensino e achei que chegou a vez de a Educação estar na administração. Este é o sonho de todo educador”, disse Vânia, ao contar por que aceitou ser vice do correligionário, compondo uma dobradinha que contempla também a Saúde. Ainda ontem ela se desincompatibilizou do cargo na SRE, sem, contudo, deixar de revelar que saiu com o coração partido.

“Conheço a Vânia há nove anos, quando me elegi para o primeiro mandato de deputado e começamos um trabalho juntos pela Educação, que foi vitorioso”, afirmou Fahim, em seguida destacando que sua vice é uma pessoa com experiência administrativa e muito equilibrada. Destacando estar honrado com a dobradinha, o tucano ainda garantiu que, ante o perfil da correligionária, tem certeza de que ela não será meramente uma figura no Governo Municipal.

A composição, contudo, contraria o que disse o secretário-geral do PSDB, Gilberto Caixeta – quando da convenção que homologou o nome de Fahim para prefeito –, de que o partido não iria com chapa pão com pão, ou seja, pura.

Fonte:

Liminar do Tribunal de Justiça suspende intervenção no PMDB-JM

José Marcos Rodrigues Vieira, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), concedeu liminar ao Diretório Municipal do PMDB em Uberaba, que alegou não ter tido direito a defesa no processo que resultou na intervenção. Até o fechamento desta edição, a decisão, provisória, torna sem efeito a intervenção do Diretório Estadual que realizou convenção para homologar a candidatura de Paulo Piau a prefeito.

Segundo a decisão, o desembargador declara que constata violação ao devido processo legal, “pois não está no procedimento de intervenção o parecer da Comissão de Ética do Diretório Estadual, a quem competiria ‘conhecer de representação contra membros e órgão do Partido’, nem intimação de decisão, porventura relativa à desnecessidade ao exercício do direito de recorrer, também previsto no Estatuto do Partido”, afirma Vieira. Ou seja, o entendimento do desembargador é de que a intervenção foi definida pela esfera estadual sem dar direito de defesa ao diretório municipal.

O advogado João Adalberto de Andrade, responsável pelo agravo, explica que com esta decisão tem que prevalecer o que o Estatuto do Partido diz. “Que quem decide pelo partido é o diretório, com isso volta-se ao estado anterior, sendo que o candidato natural do partido é o Rodrigo [Mateus]. Entendo que foi dada uma antecipação de tutela que só poderá ser mudada ao final do processo com o julgamento da ação”.

Mas o advogado da coligação que sustenta a candidatura de Piau, Carlos Bracarense, sustenta que a qualquer decisão cabe recurso, até porque esta não é uma decisão da instância máxima da Justiça e ainda é desprovida do julgamento do mérito. Tanto que a defesa afirma que já foi intimada, está de posse do processo e já prepara as devidas alegações ao TJMG, que devem ser apresentadas nas próximas horas com vistas a reverter a decisão.

Fonte:

domingo, 1 de julho de 2012

Cacique Édson Uru-Arachá e cacique Vanilda na Rio + 20

Prezados amigos,

O cacique Carcará-Uru (Arachá) e sua esposa Vanilda (Caiapó) já voltaram para sua casa em Araxá em Minas Gerais.
Durante a realização da Rio + 20 acompanhei e participei de todos os eventos possíveis, juntamente com eles e a Prof. Dalva de Castro.
Estivemos na Oca Carioca na Colônia Juliano Moreira, na aldeia Maracanã, antigo prédio do Museu do Índio, abandonado pela Funai, e agora reocupado pelos índios desaldeados residentes no Rio de Janeiro, com a participação entre outros de Dauá Puri, Tiniá (Fulniô) e diversos representantes desta etnia e finalmente na Cúpula dos Povos no Aterro do Flamengo.
Eles chegaram na segunda-feira à noite de ônibus e estavam muito mal alojados no Sambódromo. Vanilda chegou passando mal, vomitando e com diarréia, sem alojamento adequado para poder se recuperar e participar do evento.
Portanto conseguimos através da Prof. Dalva de Castro do Instituto Ecologia da Mente, estadia em seu apartamento em Botafogo.
No dia seguinte já estava recuperada e pode participar plenamente dos debates e conferências.
O mais interessante do evento foi a possibilidade de encontrar lideranças indígenas de todo o Brasil e contribuir para a discussão da sustentabilidade do planeta e tentar superar os descaminhos da "Rio
menos 20".
O cacique e sua esposa ficaram muito agradecidos pela ajuda recebida, sem a qual teriam voltado no dia seguinte de ônibus, e foi por isso que tentei obter recursos para que pudessem ficar mais tempo
e participar do evento.
Inúmeros contatos foram feitos e novas atividades foram programadas, especialmente, entre as etnias que possuem inúmeros indígenas desaldeados e que a Funai não reconhece.
Durante o processo de conquista, colonização e ocupação do território, originalmente ocupado por diferentes etnias no Brasil, perfazendo um total de 6 milhões de indivíduos no início da conquista,
os povos originários da América tiveram suas terras invadidas e a população dizimada pela guerra sem trégua e pelas doenças sorrateiramente introduzidas nas aldeias.
Com isso muitos deles se refugiaram em locais distantes, escondendo inclusive suas origens para
que não fossem perseguidos e assassinados pelo simples fato de ser índio.
Após a Constituição de 1988, muitos deles assumiram sua verdadeira identidade e agora buscam resgatar suas tradições e sua dignidade perdida ao longo da história.
E as histórias de vida individuais quase sempre se repetem. Seus ancestrais, especialmente, jovens crianças e meninas, eram sequestradas das aldeias e levados para as cidades para serem escravas serviçais das famílias de brasileiros e portugueses.
Este crime vem acontecendo desde o início, e até mesmo em datas mais recentes, no século XIX e no início do século XX.
Na cidade de Araxá, os sobreviventes do antigo massacre de 1776, lutam agora para obter uma pequena extensão de terra onde poderão realizar seus rituais religiosos.
Apesar da Prefeitura ter doado um terreno com esta finalidade, a Câmara dos Vereadores rejeitou a
proposta e a doação mais do que justa foi infelizmente cancelada.
Mas o processo continua e os índios ainda tem esperança de sucesso.
Um abraço a todos.

Prof. Douglas Carrara

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.