domingo, 1 de junho de 2008

Carlos Perez na Semana Cultural da UNIPAC

Foi com grande honra que aceitei o convite da UNIPAC para participar como palestrante na Semana Cultural do Curso de Administração Pública, realizada no Plenário da CMU, com o tema: A Cidade no Século XXI. Com transmissão da TV Câmara, o debate contou com a participação de alunos e professores da UNIPAC além de pessoas da comunidade. Questões sobre meio ambiente, trânsito, planejamento urbano e rural, água, ar, transporte coletivo, saúde, patrimônio histórico e cultural, entre outros, foram levantados pelos debatores. Perguntas foram encaminhadas à mesa, após exposição dos convidados. O evento contou também com participação especial de Renato Muniz à mesa, destacando a importância do debate com diversidade de idéias, ressaltando a importância da utopia em nossas vidas, pois sem ela nos acomodaríamos com a realidade a que nos é imposta. Em minha fala não pude deixar de enfatizar a questão ambiental e a representação encaminhada ao MP contra a cana no perímetro urbano, além de questionar o modo de ocupação da zona rural e o descumprimento do Plano Diretor por parte do executivo. Pedi aos presentes que participem desse movimento ampliando o abaixo assinado de adesão à representação citada e não deixem que os vereadores aprovem o projeto de lei do prefeito que quer aumentar para 30% da área total do município o plantio de cana. Enfim, a questão ambiental foi apontada, por mim e Ivan Dela Roque, como sendo o grande desafio de Uberaba para este século XXI.

Anistia Internacional: Canaviais Desrespeitam Lei

Relatório diz que setor usa trabalho forçado e diplomatas temem que aumente reação da Europa contra etanol Jamil Chade Em seu relatório anual, publicado ontem na Europa, a Anistia Internacional acusou o setor canavieiro do Brasil de violar direitos humanos e usar trabalho forçado, principalmente de índios em extrema pobreza. O documento lista os locais do mundo onde os direitos humanos são menos respeitados. Diplomatas temem que o relatório ajude a inflar ainda mais as reações contra o etanol brasileiro - a União Européia (UE) não descarta criar exigências sociais para importar biocombustíveis. fonte:

Jornal Estado de São Paulo -29/05/2008

QUANDO EU ERA MENINA - Eliana R.C. Miranzi

Quando eu era menina, meu pai tinha uma fazenda. Lá pelos lados do Prata, região bonita, verde, cheia de vida, com suas serrinhas e belas propriedades rurais. Para ir até lá, passávamos por Campo Florido e a viagem era longa, no sentir de uma menina. Muita curva na estrada de terra, muita ponte de madeira, pastagens... O sentimento que tenho ao lembrar-me das idas para a fazenda é de algo muito, muito gostoso. Eu adorava chegar naquele lugar, com sua entrada bordejada de palmeiras (acho que eram guarirobas...), dando ao final da estradinha com a antiga e bela casa da sede, da qual guardo com carinho uma foto. Os jardins, o pomar, (que ninguém chamava de pomar, mas sim de quintal), cheio de frutas, a horta, antigos e queridos empregados, que nos mimavam e tinham uma lealdade incompreensível aos dias de hoje. O barulho do gado no curral, cavalos, o carro de bois, a labuta do cotidiano numa fazenda de antigamente... Enfim, saudades. Muitas saudades do lugar, das pessoas, dos cheiros, da natureza generosa e bela que nos cercava. O ciclo natural da vida se cumpria, e sempre se podia contar com “o tempo das goiabas, o tempo das mangas, a época da chuva, a estiagem”, etc. Havia um maior respeito pela natureza. Um, como que maior, temor. As pessoas se vão, os lugares trocam de donos, a vida passa, as coisas mudam. Mas por que pensar e falar nisso, assim, de uma hora para outra? Pelo sentimento que ando tendo ao sair da cidade e observar como estão nossos campos hoje. Nossa zona rural. As fazendas, onde estão? Tenho dificuldade em reconhecer os locais. Sinto-me perdida em estradas e caminhos que me eram tão familiares. Pois onde vou, só vejo cana. Nada mais que cana, cana, cana. As pastagens naturais, as roças, as capoeiras e varjões, as queridas árvores retorcidas do nosso cerrado, elas simplesmente desapareceram. Não consigo entender ou reconhecer mais a paisagem da região onde nasci e onde vivo. Fico literalmente perdida, confusa. Mudaram o lugar ou fui eu quem mudou? Não sei. Só sei que uma das coisas mais chocantes que ando constatando é que fizeram desaparecer também nossa maior riqueza natural, nosso berçário de vida aqui do cerrado, nossa preciosíssima jóia, insubstituível: as lindíssimas veredas de buritis, locais em que havia sempre olhos d’água, minas, nascentes. Justamente quando o mundo inteiro grita pela falta de água, tenta conscientizar as pessoas para que cuidem de suas águas, não desperdicem, aqui tratam de acabar ligeirinho com nossas nascentes. Veredas de buritis. Fontes de vida. Até Guimarães Rosa, nosso ilustre mineiro, as destacou mais de uma vez em seus livros. E alguém se põe a fazê-las desaparecer. Sumir do mapa. Morrer. Mas quem é ou quem são estas pessoas que, com seus enormes tratores, da noite para o dia, conseguem realizar crimes tão brutais? Sim, crimes, contra o meio ambiente, contra a vida de enorme e inestimável número de espécies de plantas e animais que só nas queridas veredas poderiam continuar existindo. Esta gente não pode ser filha daqui, não se cospe no chão de nossos antepassados. Esta gente não pode ter estudado, freqüentado boas escolas, ter tido uma formação moral decente. São bárbaros, invasores que chegam como chegavam os vândalos da idade média, a saquear, destruir e depois ir embora. Esta gente que sai por aí, destruindo tudo o que encontra, na certeza de que lucrarão com a cana virando álcool, para ser vendida aos gringos, só pensando nos lucros, esses criminosos terão, (além de uma enorme decepção quanto aos lucros), de carregar o pesado fardo da culpa, quando, daqui a bem pouco tempo puderem constatar a enormidade do crime que cometeram. E espero que tenham também algum remédio muito bom contra os pesadelos que os assombrarão noite após noite, sem descanso. Pois remédio para a natureza, este, eles, iletrados e idiotas que são, não conseguirão inventar.

Eliana Rodrigues da Cunha Miranzi é mãe, avó, professora e participante dos passeios “O tatu vai a pé”.

Vídeos sobre Dom Cappio e a Transposição do São Francisco. Lula arrogante "venceu" mas a Luta Continua!

Amigos e amigas, A transposição do Rio São Francisco, colocada na ordem do dia como a solução do problema da seca no Nordeste, além de preceder de maiores estudos acerca de sua viabilidade do ponto de vista ambiental em verdade não resolverá o problema do sertanejo com a falta da água. Do volume de águas a serem transpostas, apenas 4% serão destinadas ao consumo humano. O grosso visa atender o interesse exportador do agronegócio brasileiro e os caprichos messiânicos de um homem que um dia metarlúgico se converteu num dos mais odiosos dos políticos populistas brasileiros. Abaixo trago ao conhecimento de todos um artigo de V. Arcary e outro de C. Bejaminm sobre o tema. Interessantes e importantes leituras, sendo que ainda sugiro que assistam o vídeo abaixo com Letícia Sabatella em http://www.youtube.com/watch?v=1xPFlkPsU9Q&eurl=http://blogmolotov.blogspot.com/

Por fim, peço a todos que divulguem em seus jornais, blogs, etc a presente msg, ou, simplesmente a a repassem para o maior número de pessoas possível.
A vida de Cappio depende deste simples gesto. Adriano Espíndola

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.