sábado, 30 de agosto de 2008

RESERVA LEGAL - Conquista do MP

Graças a Deus e ao Ministério Público Estadual, a partir de agora está proibido averbar área de reserva legal fora da região explorada. Muitos empreendimentos, entre eles da cana-de-açúcar, vinham averbando áreas de reserva legal em outras regiões do nosso município e diminuindo consideravelmente nossa área de preservação. Mas agora isso não mais será possível, graças a uma ação do MP que conseguiu anular esse absurdo praticado em nosso município e no estado. Uma notícia dessas deveria estar em outdoor e nos jornais em letras garrafais. Mas vamos comemorar, divulgando aos amigos essa grande conquista para Uberaba, Minas e todo o planeta.

DICIONÁRIO DE MEIO AMBIENTE de Adriana Tavares

Tive a honra de participar do evento de lançamento do "Dicionário de Meio Ambiente" organizado pela jornalista Adriana Tavares, na Sala Cecília Palmério, no dia 29 de agosto. Com capa de Bruno Vaz, colaboração e revisão de Mara Santina Maciel Oliveira, Renato Muniz Barretto de Carvalho, Paulo César Franco, Luiz Cláudio Santos Duarte e Tânia Cristina Figaro Ulhôa e pesquisa de Adriana Tavares, essa obra é indispensável ao cidadão do terceiro milênio.
Parabéns à Uniube pelo apoio e a todos os empresários que apoiaram esta brilhante iniciativa, possivelmente inédita no Brasil. Faço votos que nossos representantes no executivo e legislativo possam adotá-lo na rede pública municipal e ampliá-lo para o estado e união. Obrigado Adriana pelo convite em ser seu parceiro. Que São Francisco, protetor dos animais e do meio ambiente, a proteja e inspire sempre.

O PRIMEIRO LIVRO - Renato Muniz Barretto de Carvalho

O primeiro livro a gente nunca esquece. Eu não sou o primeiro a escrever e a pensar nesta frase, mas a curiosidade é grande: qual foi o primeiro livro que você leu? Quando? Gostou? Guardou? Deve ter sido um livro ilustrado, colorido, uma aventura, um romance, uma história interessante, não foi? Os sabores da infância são mais doces, mais gostosos, as lembranças são mais agradáveis. Não são? Para a maioria, as primeiras leituras, o primeiro livro lido, costuma acontecer durante o processo de alfabetização, para alguns bem mais tarde. Para muitos tem um significado especial, para outros passa desapercebido.
Foi presente de alguém ou foi tarefa da escola? Se foi tarefa da escola, "para casa", você já deve ter esquecido. Perdeu-se com o passar do tempo. Não foi obrigação, foi presente da sua mãe? Geralmente é assim, e ela leu pra você, entregou nas suas mãos, e ajudou a passar as páginas, não foi? E foram muitas leituras, repetidas vezes. E depois de um certo tempo você até já tinha decorado a história, corrigia sua mãe quando ela pulava uma frase. Leu tanto que acabou rasgando algumas páginas, a capa se soltou. Até que o velho livro ficou esquecido num canto. E então, guardou ou jogou fora?
Depois vieram outros livros. Vieram os clássicos, aqueles que todo mundo comenta, que todo mundo diz que leu e dizem que devem ser lidos. Leu Os três mosqueteiros? O gato de botas? Aladim e a lâmpada maravilhosa? Chapeuzinho Vermelho? Leu Tarzan? Leu Reinações de Narizinho? Dom Quixote?
Ah! A idade de ouro, ler sem compromisso, de pernas para o ar, de cabeça para baixo, de dia, de noite, de tarde. Varar as madrugadas. Leu no banheiro? Brigaram com você porque não se sentou à mesa do jantar na hora certa? É claro, mas terminar o capítulo era mais importante. Deixou o telefone tocar até desligarem? Não deu água para o cachorro? Que maldade! Mas descobrir o mistério do ídolo roubado era mais urgente.
Dormiu às quatro da manhã? Desligou o despertador sem perceber e perdeu a aula de educação física? Valeu a pena! Eu sei, eu te compreendo bem.
Leu livros proibidos? Leu escondido? Conheceu tanta coisa que não imaginava que existisse, não foi? Descobriu países distantes, pessoas diferentes, animais estranhos, apaixonou-se? Sem dúvida! Acontece, fique tranqüilo, eu também. Sentia vontade de abraçá-la, de fugir com ela, de viverem juntos uma incrível aventura? Que saudades dos primeiros livros!
Leu mais durante as aulas ou nas férias? Nas férias, é claro! Porque escolheu o que quis ler. Leu sem hora para começar ou terminar. Leu por prazer. E como foi bom ler nos dias chuvosos de verão! A chuva escorrendo pelo telhado e a leitura fluindo, encharcando a cabeça de idéias, inundando o coração de esperança e boas expectativas.
Conversou sobre suas leituras com alguém? Indicou, presenteou, entusiasmou-se? Copiou trechos, decorou frases, imitou personagens, foi co-autor, crítico literário, agente cinematográfico, herói, caçador, aventureiro, amante... Quantas fantasias! Quantos lugares novos! Viajou muito? Recorda-se de tudo o que leu? Já leu tudo o que queria? Não, nem de longe. Tem muito caminho ainda, muito chão para andar, muitas linhas a percorrer. Qual foi mesmo o primeiro livro que você leu?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O DIA SEM DIA - Renato Muniz B. de Carvalho

Como tem data comemorativa no mundo! Calendários para todos os gostos. Efemérides, para usar uma palavra chique, adequadas a qualquer necessidade ou tendência, para não deixar ninguém de fora. São tantas as datas comemorativas que professores, políticos, estudantes, principalmente comerciantes, não ficam sem as suas, sem seus dias para inserir na folhinha, para aumentar ou baixar preços, para fazer uma liquidação ou promoção, para anotar na agenda, para levar os alunos para o pátio e hastear uma bandeira, para ditar um tema de redação ou registrar no diário. É tanto dia disso, dia daquilo e dia sem isso ou aquilo que achei melhor propor o dia sem dia. Isso mesmo: um dia sem dia, sem nada a comemorar. Um dia sem nada para venerar, sem pensar no passado, sem reverenciar os grandes feitos de heróis, geralmente uns caras que morreram muito cedo ou que mataram um monte de gente. Um dia para pensar no futuro que, como não aconteceu ainda, não precisa exaltar ninguém, não precisa se comprometer com nada. Isso significa não excluir nenhuma pessoa, ou etnia, ou escolha política e sexual, porque o futuro será uma incógnita, será moldado de acordo com as possibilidades, de acordo com nossos desejos e nossas capacidades.Um dia sem dia será o melhor dia. Será um dia normal, um dia para dormir até mais tarde, sem hora para acordar, sem compromissos, sem parada, sem fanfarra, sem alvorada estridente, sem agenda. Será apenas mais um dia, um dia comum, ensolarado ou chuvoso, pouco importa. Um dia calmo, sem os atropelos do dia-a-dia.Um dia sem data comemorativa ou compromisso será um dia em que não precisaremos comparecer nas agências bancárias, não será preciso pagar as contas, nem se preocupar com o saldo devedor. Não será preciso engolir com pressa o café da manhã, nem almoçar correndo. Podemos chamar os amigos para uma conversa fiada, em que todos os assuntos serão tratados, afinal não há um único tema, uma obrigação a relatar, um contexto a discutir. Poder-se-á falar de política, de futebol, da pátria, sem culpa, sem a paixão pelas derrotas e vitórias, coletivas ou pessoais, sem medo ou vergonha. Tudo isso porque não existirão referências, não precisaremos de parâmetros a nos indicar caminhos, exemplos, modelos a seguir. Num dia sem data pode-se incluir o que cada um quiser no menu da vida. Nas escolas os alunos poderão exercer seu livre poder de criação e não ficarão presos aos temas manjados de redação, poderão criar os desenhos mais incríveis e bonitos que desejarem, sem necessidade de se limitarem aos contornos rígidos de figuras prontas. Poderão cantar as mais diferentes e maravilhosas músicas que os seres humanos já criaram, e até imitar os animais se assim se sentirem bem. Não serão repreendidos por isso, porque não há regras a serem obedecidas no dia sem dia. Os restaurantes poderão inventar pratos exóticos, poderão mexer nos cardápios, poderão convidar os fregueses a conhecer suas cozinhas e pedir sugestões de pratos e receitas. A programação das estações de rádio e televisão ficará a critério de cada ouvinte ou telespectador, podendo-se mesmo desligar tudo e curtir o silêncio.Para este dia teremos a crônica pagã, a crônica sem tema, sem preocupações, sem moral. Neste dia escreverei a crônica válida para quaisquer circunstâncias, a crônica eterna.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A LAGARTIXA DA BIBLIOTECA - Renato Muniz

Minha biblioteca anda parecida com um zoológico. Nos últimos tempos já passou por aqui um morcego, que gostava de ler, uma traça, que felizmente só comia roupas, e, agora, uma lagartixa doméstica.
Pequena, esbranquiçada, silenciosa, só fica me observando e nem abana o rabinho. Como sou muito maior do que ela, logo vi que o bichinho ficou muito assustado, temendo por sua integridade física, com medo que eu lhe desse uma vassourada. Eu não faria isso, jamais. No começo ficamos um tempo olhando um para o outro. No que ela estava pensando eu não sei. Logo me pus a imaginar quais seriam suas escolhas literárias: romances? Contos? Poesia? Literatura estrangeira ou nacional? Assuntos acadêmicos?
Minha primeira reação foi de alguém incomodado, invadido na sua privacidade, afinal eu não a convidei, ela entrou de atrevida. O que fazer para ela se retirar? Dizer que foi um prazer conhecê-la, agradecer a visita e abrir-lhe a porta da rua? Não adiantaria, mesmo com a maior gentileza. Conversar sobre literatura? Hoje em dia anda tão difícil encontrar um bom papo, alguém que goste de conversar desinteressadamente, sem pressa, com sabedoria e humildade suficiente para não constranger o interlocutor. Às vezes, me sinto desatualizado, percebo que os jornais e revistas são muito tendenciosos em todos os assuntos. Uma lagartixa, vinda sei lá de onde, poderia me trazer alguma informação nova, contribuir com alguma crítica interessante.
Estava pensando nessas coisas quando levei um susto danado: conversar com uma lagartixa? Será que a falta de um ambiente intelectual mais diversificado, a carência de idéias novas e a ausência de um cenário mais propício à criatividade já me conduziam ao delírio? Induziam-me ao desespero, a ponto de tentar um diálogo com uma lagartixa? Pelo menos, dizem que elas trazem prosperidade, significam boa sorte. Ando precisando.
Como ela não se movia, peguei um livro de zoologia na estante e fui investigar sua vida. Parece que seus antepassados vieram da África, nos navios negreiros. Apurei que elas são parentes distantes das tartarugas e dos jacarés, não transmitem doenças e não costumam freqüentar lugares contaminados. Bichinho simpático, não?
Não gosto de emprestar livros, mas se ela escolheu freqüentar minha biblioteca, que fique, desde que não estrague e não leve nada embora. Se quiser ler alguma coisa que seja aqui. Pode ligar a luminária, abrir a cortina, escolher onde se sentar, mas não pode sujar os livros. Acho que não é de seu feitio. Não vou recomendar que não coma aqui porque li sobre seus hábitos, ela se alimenta de insetos e assim pode até ajudar em alguma coisa. Logo penso em lhe oferecer morada fixa, sem precisar se preocupar com taxa de condomínio, água, luz e telefone. Pensando bem, acho que num jardim ela se sentiria melhor, mas a escolha é dela. Sei que ela não vai se demorar, que vai embora sem dizer adeus e vou ficar novamente só, com minhas idéias e elucubrações, esperando que um dia ela volte e nós dois possamos conversar um pouco mais sobre as novas tendências literárias, sobre os novos autores africanos, sobre os latino-americanos e sobre a última postagem do Bibliotecário de Babel.

sábado, 2 de agosto de 2008

FEIRA DE ARTESANATO e FORUM MUNICIPAL DE CULTURA - INGRATIDÃO E ANTIÉTICA

Incrível como as pessoas gostam de se aproveitar das idéias da gente e nem citarem nosso nome, ou sequer agradecer pela idéia aproveitada por eles.
Foi o que aconteceu com o FÓRUM MUNICIPAL DE CULTURA e com a FEIRA DE ARTESANATO.
O Fórum foi proposto por mim em Assembléia no Partido dos Trabalhadores em 2004, antes de ser incluso no Programa do atual Governo. Em 2005, até no segundo semestre, nem o Presidente de Fundação Cultural havia sido nomeado. E nada havia acontecido na cultura. Exatamente nada. Foi então que fui convidado a participar do tal Fórum, como mero expectador. O projeto foi modificado para pior. Nas reuniões setoriais propus a criação de uma Feira genuinamente de Artesanato, sem produtos manufaturados, com atividades artísticas e tudo o mais. A idéia foi aprovada. A primeira Feira aconteceu na Praça da Igreja Santa Terezinha. Vocês acham que fui convidado? Apareci lá só para que algumas pessoas da Fundação Cultural soubessem que fiquei sentido com a ingratidão e falta de ética de alguns deles. Bom, mas isso parece que não tem muita importância pra certas pessoas...

CADÊ A LEI DE INCENTIVO À CULTURA?

Mais quatro anos se passaram e nada de LEI DE INCENTIVO À CULTURA. Participei do Programa de Governo do atual Prefeito onde uma das prioridades que discutimos foi a efetivação dessa lei, juntamente com o FUNDO MUNICIPAL DE CULTURA que também não saiu do papel. Infelizmente Uberaba fica comendo poeira mais uma vez e os agentes culturais vivendo de restos, mendigando apoio aqui e ali. E ainda tem gente que acha ruim quando se compara Uberaba com Uberlândia... anos luz de distância!!!
E olha que o Anderson tinha a grande maioria dos vereadores a seu favor. Duro foi ler o informativo da Vereadora Marilda dizendo que um dos itens a ser conquistado no futuro é a tal lei. Ora, há 4 anos nos reunimos e priorizamos esse item. O que aconteceu Marilda?

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.