sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O fim do mundo dos brancos na visão de Davi Kopenawa - Índio Yanomami

A partir de relatos do xamã e líder dos índios yanomami Davi Kopenawa, nasce a publicação A Queda do Céu, testemunho da cultura de um povo além de um manifesto xamânico e um grito de alerta vindo do coração da Amazônia.

Com 800 páginas contendo dois cadernos com 16 fotos cada, o livro A queda do céu, Palavras de um xamã yanomami, será lançado no próximo 30 de setembro, na França, pela coleção Terre Humaine da editora Plon. Foi escrito a partir de relatos de Davi Kopenawa, recolhidos em língua yanomami pelo etnólogo Bruce Albert. Ambos são amigos há mais de 30 anos. O líder Yanomami relata sua história e suas meditações de xamã frente ao contato predador dos brancos com o qual seu povo teve de se defrontar depois dos anos 1960. Ao final, ele alerta em tom profético que quando a Amazônia sucumbir à devastação desenfreada e o último xamã morrer, o céu cairá sobre todos e será o fim do mundo.


O livro, cujos direitos de publicação no Brasil foram adquiridos pela Companhia das Letras que prevê lançamento no início de 2012, é composto de três partes: a primeira, "Tornar-se outro", retrata a vocação de xamã de Davi desde a infância até sua iniciação na idade adulta. Descreve a riqueza de um saber cosmológico secular adquirido graças ao uso de alucinógenos. A segunda parte, denominada “A fumaça do metal”, relata por meio de sua experiência pessoal, não raro dramática, a história do avanço dos brancos sobre a floresta – missionários, garimpeiros e estradeiros – e sua bagagem de epidemias, violência e destruição. Finalmente, a terceira parte, “A queda do céu”, refere-se à odisseia vivida por Davi ao denunciar a dizimação de seu povo nas viagens que fez à Europa e aos Estados Unidos. Entremeado por visões xamânicas e por meditações etnográficas sobre os brancos, o relato termina em um profético apelo que anuncia a morte dos xamãs e a “queda do céu” sobre aqueles que Davi chama de “o povo da mercadoria”.

"É um dos mais impressionantes testemunhos reflexivos jamais oferecidos por um pensador oriundo de uma tradição cultural indígena", avalia o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Fruto da colaboração exemplar entre dois intelectuais, um xamã ameríndio e um antropólogo europeu, o livro é uma prova eloquente do brilhantismo da imaginação conceitual indígena, de sua potência analítica e sua nobreza existencial. As reflexões de Davi Kopenawa, magistralmente traduzidas e cuidadosamente comentadas por Bruce Albert, constituem uma autêntica antropologia indígena, uma visão do homem e do mundo que não mostra qualquer condescendência para conosco, o "povo da mercadoria" - e suas razões são propriamente irrespondíveis. Kopenawa nos dá um aviso e faz uma profecia. Quem tiver juizo, que ouça."

Leia o artigo na íntegra:


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Queimada próxima à Fazenda Modelo-EPAMIG-Uberaba

Fotos: Enerson Cleiton

O que dizer diante dessas imagens? O Brasil triplicou o número de queimadas em 2010, comparando com 2009. Apesar de estarmos em clima de deserto, com a umidade do ar baixíssima, poucas medidas proibindo as queimadas, de cana por exemplo, foram implementadas. No Mato Grosso canavieiros morreram carbonizados. O Juiz proibiu a queima e garantia de direitos trabalhistas. Por aqui, em Uberaba, infelizmente com a revogação do Plano Diretor, pelo Prefeito, que proibia o plantio de cana no perímetro urbano, a situação ficou mais do que caótica.
O lobby dos usineiros conseguiu prorrogar a queima até 2014. Enquanto isso o nosso cerrado vai virando cinzas e a população de Uberaba vivendo em condições precárias de qualidade de vida.
As imagens do fotógrafo Enerson Cleiton traduzem bem o que nosso município tem enfrentado. Uma vergonha para todos os poderes e para nós, reles cidadãos que pouco podemos fazer. 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ponto de Cultura Cordas do Cerrado no "Ecologia e Renascimento" na Fazenda São Lourenço (Peirópolis)

Proprietários da Fazenda, Diretora do O Tatu vai à Pé, Cordas do Cerrado,
Todo Um de Teatro e Ari (cinegrafista)
Lívia(Todo Um de Teatro), Cacá, Giordan Benfica, Marcos Fuzaro, Robert Cruz,
Rosana Caetano(Ponto de Cultura Cordas do Cerrado) e Cássia Magaly(Todo Um de Teatro)

Evento: Ecologia e Renascimento. Promoção: O Tatu vai à Pé. Local: Fazenda São Lourenço(Peirópolis). Data: 19 de setembro de 2010. Apoio: Prefeitura Municipal de Uberaba, Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Uberaba, Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba, Sebrae-MG, Circuito dos Lagos, Convention Bureau e Ponto de Cultura Cordas do Cerrado.

Música Xamã com poemas de Manoel de Barros; "O Cio da Terra" com poemas de Carlos Drummond de Andrade; "O Inverno" e "A Primavera" de Vivaldi; "Sol de Primavera" de Beto Guedes e Ronaldo Bastos para Quinteto de Cordas, foram algumas das obras apresentadas.

O Cordas do Cerrado apresentou-se na entrada de um dos fornos da caieira desativada, lembrando uma igreja primitiva onde as canções e os poemas eram verdadeiras orações de oferendas à natureza e ao Criador. 

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.