terça-feira, 17 de março de 2009

COMISSÃO PROCESSANTE É CRIADA PARA APURAR DENÚNCIAS CONTRA VEREADOR JORGE FERREIRA


Por unanimidade, os vereadores votaram pela criação de uma Comissão Processante para apurar denúncias contra o vereador Jorge Ferreira, acusado de assédio sexual e improbidade administrativa.

Estive presente à sessão da CMU e pude acompanhar este lamentável episódio, que mancha mais uma vez a história política de Uberaba.

Destaco a coragem destes servidores públicos que oficializaram suas denúncias, já que na maioria das vezes o medo acaba prevalecendo, fazendo-os recuarem.

Relato a matéria da jornalista Élvia Moraes do Jornal da Manhã, que conta em detalhes o teor das acusações:

Conteúdo. Os denunciantes não tiveram os nomes externados em plenário, apenas as iniciais. A primeira denúncia pertence à servidora exonerada D.F.P. Ao expor os fatos, ela afirma que em janeiro deste ano foi nomeada para o cargo comissionado de assessora executiva de Jorge Ferreira, tendo desde então sofrido tentativas de “intimidação afetuosa e libidinosa” pelo vereador, que por duas vezes tentou beijá-la à força.

A servidora relata, ainda, que seu emprego foi mantido porque devolvia ao vereador a metade de seu salário, além do tíquete-alimentação de R$ 340. Em janeiro, Jorge Ferreira, ligando previamente, foi à sua residência, por volta de meia-noite, apanhar a quantia, recusando-se a descer do carro, proibindo-a também de levar celular, possivelmente para evitar registros fotográficos e sonoros.

Ao sair do carro, segundo depoimento da servidora, o vereador segurou em seu pescoço, pressionando fortemente os lábios contra os dela, que se debateu contra o “malfadado e carente” Jorge, assim é descrito em escritura pública de declaração pessoal feita por D.F.P. Similar procedimento ocorreu em fevereiro, quando o vereador, pela segunda vez, compareceu à sua residência, por volta de 21h. Irritada, ela pediu que não mais a procurasse em seu lar. A denunciante reitera que aceitou o emprego porque precisava do dinheiro e estava desempregada.

A partir do dia 4 deste mês, segundo D.F.P., pediu ao vereador que a deixasse ficar com maior percentual da remuneração, o que foi negado por Jorge Ferreira. Nesta mesma data, a servidora recebeu um telefonema a 1h da madrugada, que não foi atendido e, no dia seguinte, foi exonerada de forma inexplicada.

“Pulinho.” A segunda denúncia lida em plenário foi a do servidor J.C.C., exonerado do gabinete de Jorge Ferreira, afirmando ser obrigado a devolver R$ 910 por mês, sendo permitido ficar apenas com o tíquete-alimentação. Jorge Ferreira, segundo o depoimento lido, disse ao servidor não ser necessário trabalhar, bastando dar um “pulinho” de vez em quando na CMU, no fim do mês, para receber o salário. As denúncias se agravam quando J.C.C. afirmou que o vereador pediu o cartão bancário e a senha para, pessoalmente, realizar os saques.

Segundo o servidor, o vereador lhe comunicou na semana passada que suspenderia a contratação, em razão da obrigatoriedade de trabalhar apenas com pessoas filiadas ao PMN. Diante dos seus questionamentos, o vereador disse que procurasse a imprensa ou quem quer que fosse, “pois não estaria nem um pouco preocupado”.

O terceiro depoimento foi prestado por uma testemunha que relatou as pressões feitas por Jorge Ferreira sobre uma profissional, sob a acusação de não ter prestado um serviço solicitado pelo vereador.

Aproximação. Outra servidora a declarar publicamente o assédio é R.C.R., cujo relato evidencia que, em 10 de fevereiro deste ano, diversos vereadores foram entrevistados pela TV Câmara, tendo a denunciante atuado como assistente. Enquanto aguardava sua vez, o vereador se aproximou, perguntando “se as meninas da televisão tinham namorados”. Diante da resposta afirmativa, ele acresceu que sempre as via bonitas e bem produzidas. Terminado o expediente, ela procurou o editor, narrando o ocorrido, e ambos consideraram o fato estranho.

A segunda tentativa de assédio à servidora ocorreu, segundo o relato, no dia 5, durante uma visita à Estação de Tratamento de Esgoto, em que todos os vereadores foram entrevistados em área externa. Apenas o vereador Jorge Ferreira pediu para ser entrevistado dentro de uma pequena casa de máquinas existente no local, alegando que não queria aparecer usando óculos escuros.

O cinegrafista, ao constatar a inexistência de iluminação no ambiente, saiu para apanhar um cabo de energia. Momento em que o vereador se aproximou de R.C.R., perguntando-lhe se ela havia terminado o namoro. Ao que a denunciante respondeu não ter essa intenção.

De forma sarcástica, conforme descreve o relato, Jorge Ferreira lhe disse: “Se você só o vê nos fins de semana, pode me arrumar, então, uma meia-horinha por dia nos outros dias”. Ao perceber o seu constrangimento, teria dito: “Então, te deixei de saia justa, né? Eu gosto de te ver de saia justa”.

Dias depois, uma servidora de Jorge Ferreira, chamada Inês, a procurou, dizendo que o vereador estava muito chateado com ela, pretendendo, inclusive, usar a tribuna da Casa para que a denunciante e seu chefe, o secretário de Comunicação da CMU, Denis Silva, fizessem as explicações necessárias pela não-cobertura de uma Festa de Reis, em 14 de fevereiro.

Ao ser informada pela jornalista que outras pessoas também estavam reclamando das cantadas e ameaças feitas pelo vereador, as denúncias que já circulavam nos bastidores políticos extrapolaram o âmbito do Legislativo, chegando à imprensa, motivando a formalização das acusações para informar a sociedade sobre o ocorrido.

Fonte: Jornal da Manhã
Mais informações - link Jornal de Uberaba

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Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.