sábado, 5 de junho de 2010

Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma gota de consolo.

"Muitas espécies. Um planeta. Um futuro." Esse é o lema da ONU para o Dia Internacional do Meio Ambiente, em sintonia com o Ano da Biodiversidade, também proposto pela ONU.
O modelo atual de nossa sociedade vem dizimando espécies e diminuindo, drasticamente, a biodiversidade no planeta. No Brasil, onde se concentra a maior biodiversidade do planeta, os exemplos negativos de agressão à fauna e flora, são encontrados cotidianamente.
O que temos de questionar é o modelo social que criamos. A "pegada ecológica" que busca medir o impacto do Homem sobre a natureza, já chegou ao cálculo de que precisaríamos de 5 planetas Terra para sustentar o modo de vida consumista do norte-americano, ou um pouco menos, para o europeu. Fez-se a comparação com um cheque especial, onde estaríamos gastando 45% a mais do que o salário permite, tornando essa prática insustentável. É assim que estamos tratando o planeta, em acelerado ritmo de exaustão. 
Nada adianta falarmos de sensibilidade, respeito à vida das espécies animais e vegetais. Grande parte da humanidade está se lixando para isso. A grande maioria dos gestores públicos, idem. A mudança teria de vir do modo de vida. Menos consumo, mais reciclagem, mais economia. Mas no sistema capitalista, como pedir isso?
Tenta-se a sustentabilidade. Uma forma de produzir e consumir sem agredir o meio ambiente. Utopia, dentro desse modelo capitalista.
Enquanto isso, vemos um dos maiores desastres ambientais no Golfo do México, com o vazamento de 800 mil litros diários de óleo, sendo despejado no oceano, até agora sem solução.
E o Brasil, teimando em explorar o pré-sal. Imagine um desastre ecológico, a profundidades muito maiores que a do Golfo do México?
Este ano tivemos a Usina de Belo Monte, empurrada pelo governo federal, goela abaixo das comunidades indígenas, ambientalistas, da sociedade civil, enfim; a tentativa da cúpula ruralista em mudar o Código Florestal Brasileiro... Nada a comemorar.
Em Uberaba, o lixão do Jardim Espírito Santo volta à tona; a Pedreira de Léa continua sendo usada de forma irregular; as queimadas continuam impunes; a cobertura vegetal vai diminuindo assustadoramente; os animais sobreviventes tentam se refugiar na cidade; o necrochorume volta à tona e ainda vai dar muito pano pra manga... Nada a comemorar.
No aspecto político uma gota de consolo. A campanha "Ficha Limpa" da sociedade civil, é aprovada no Congresso e no Palácio do Planalto. Quem sabe menos políticos corruptos tragam um dano menor ao meio ambiente do futuro.

Um comentário:

Maria Alice O. Dias disse...

Querido amigo, na sociedade de consumo, as pessoas compram o que não precisam, com dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem.
Brilhantemente Edgar Morin nos alerta:
"A consciência ecológica levanta-nos um problema duma profundidade e duma vastidão extraordinárias. Temos de defrontar ao mesmo tempo o problema da Vida no planeta Terra, o problema do destino do Homem.
Isto nos obriga a repor em questão a própria orientação da civilização ocidental.
Na aurora do terceiro milênio, é preciso compreender que revolucionar, desenvolver, inventar, sobreviver, viver, morrer, anda tudo inseparavelmente ligado".

Não vamos esmorecer!
Afetuoso abraço de quem muito te admira.
Maria Alice

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.