Durante o Megaleite, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Derli Dossa, critica a legislação ambiental, prática que se tornou regra desse setor. Diz que “tem que considerar o direito adquirido dos produtores, computando a área de preservação permanente à reserva legal e o estabelecimento de um prazo para recomposição”. Ora, colocar a área de preservação permanente na cota da reserva legal é condenar à morte milhares de espécies. Ou será que esse setor produtivo desconhece as peculiaridades da vida animal e vegetal?
Será coincidência a captura de um filhote de raposa no bairro Abadia, como alertou nosso amigo e ambientalista Ricardo Urias do Geração Verde? Não existindo mais reservas legais, ou corredores ecológicos entre as propriedades rurais, milhares e milhares de animais estão condenados à morte. A realidade é que em grande parte, o avanço da agricultura e pecuária está em desacordo com a legislação ambiental, logo, estão ilegais. Mas é mais fácil mudar a legislação para atender os interesses de alguns setores do que atender os interesses da vida e do meio ambiente. É o que aconteceu também em Uberaba em relação à cana. Como o avanço da cana se deu em grande parte de modo ilegal e irregular, muda-se a lei de cima pra baixo para atender interesses que não são da comunidade e do meio ambiente. E ainda tem gente que se irrita com o Ministro Carlos Minc quando chama de vigarice este tipo de atitude. Que nome então se dar a tamanha monstruosidade e hipocrisia? No mínimo são criminosos que tentam esconder seus crimes, sob a caneta de um legislador sem princípios, ou sob a caneta da medida provisória de um executivo corrupto.
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