domingo, 6 de março de 2011

Mulheres da Via Campesina-MG interditaram MG-050 em protesto-Jornal de Uberaba


Um grupo de 450 mulheres trabalhadoras rurais, ligado a uma organização do Movimento dos Sem Terra (MST), interditaram a Rodovia BR-050, km 115, em frente à entrada da fazenda Inhumas do Vale Verde.

O bloqueio com pneus em chamas teve como pauta a denúncia da situação em que vive as trabalhadoras rurais, o protesto contra o uso indiscriminado de agrotóxicos, a monocultura da cana-de-açúcar e a defesa da Reforma Agrária.

A coordenadora das Mulheres da Via Campesina-MG, Sônia Maia Roseno (38), explica que a ação marcou as atividades do dia 8 de março que comemora o Dia Internacional da Mulher, mas como a data este ano cai no Carnaval o manifesto foi antecipado. "A mobilização integrou a jornada nacional de luta das mulheres em defesa da vida e contra o agronegócio. O protesto é uma forma de contestar a prática de alguns agricultores que utilizam agrotóxico no meio ambiente, defender a produção de alimentos mais saudáveis e reivindicar uma fiscalização mais intensa no meio rural. Estamos protestando contra o avanço da cultura da cana-de-açúcar, a monocultura que pode provocar prejuízos para a agricultura e causar um desequilíbrio ambiental", desabafou.

Roseno ressaltou que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo, inclusive de agentes contaminantes nocivos à saúde humana, animal e vegetal que já foram proibidos em outros países. "Nossa luta é para defender a Reforma Agrária, estamos mobilizadas para dar visibilidade aos problemas causados pelo agronegócio. Um dos principais é o uso indiscriminado dos agrotóxicos. O mercado de venenos é um problema para a nossa soberania, para nossa saúde e para o meio ambiente", enfatiza.
PRF - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia do Meio Ambiente estiveram no local e acompanharam a manifestação que terminou de forma pacífica. (SN)

Voz do Cerrado:
Quero aqui, em nome do Voz do Cerrado, parabenizar a Via Campesina-MG, através de sua coordenadora Sônia Roseno pela manifestação em defesa da vida e contra o uso indiscriminado do agrotóxico, a invasão da monocultura da cana-de-açúcar, o desequilíbrio ambiental.

Infelizmente, seja através de audiências públicas ou de mobilizações como estas do MST, uma coisa é certa: os representantes do capital não nos ouvem, não nos sentem, não nos tocam, não nos cheiram.

Mesmo que as duas maiores entidades científicas do Brasil, SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e ABC - Academia Brasileira de Ciência, endossem o apoio aos movimentos ambientalistas e sociais, ainda assim, a cúpula ruralista não dá o braço a torcer.

Defender o Homem do campo não é representar latifúndiários e Usineiros, em detrimento do bem comum, do meio ambiente e de leis Federais como o Código Florestal ou municipais como o Plano Diretor e Lei Orgânica; não é priorizar a monocultura e a devastação de nossos biomas, reservas indígenas e quilombolas; não é colocar a agricultura familiar refém dos grandes empreendimentos que os isolam e constrangem, arrendam suas terras para depois entregá-las inférteis e com os recursos naturais, flora e fauna comprometidas ou extintas.

Parabéns Via Campesina, Parabéns MST pela coragem em mostrar a verdade e dizerem o que está entalado na garganta de muita gente, mas que o medo da perseguição e da censura velada do nosso sistema capitalista, impõe.

Um comentário:

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Cacá, solidariedade e companheirismo com a luta da Via Campesina e MSt; e que as flores possam todoas , como elas, dizerem alto: sim a vida, não a violência... Por pão, terra, liberdade e amor...
abraços com carinho, Jorge

Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.