domingo, 17 de outubro de 2010

Bolsa-família: me dá que o filho é meu...

Valorizar o que cada governo fez, aproveitar e ampliar os bons programas, é o que se espera em um país democrático.

Conforme artigo de Gilberto Dimenstein, publicado no Jornal Folha de São Paulo, o bolsa-escola iniciou-se com Cristovam Buaque no Distrito Federal, ganhou projeção nacional no governo Fernando Henrique, através do Ministro da Educação Paulo Renato, sendo viabilizado através do fundo de combate à pobreza proposto por Antônio Carlos Magalhães(então PFL), e criticado pelo PT, que o chamava de "bolsa-esmola".

Somam-se a esse programa o "vale gás" e "cartão alimentação", implementados também no governo FHC.

Serra conseguiu tirar Paulo Renato da candidatura mas não soube aproveitar o programa, eleitoralmente falando.

Em 2003, por sugestão do governador Marconi Perillo-PSDB o governo Lula cria o "Bolsa Família", para integrar-se ao "Fome Zero" que agregou os outros programas citados.

Sem querer entrar no mérito do programa, politicamente falando, no entanto, o fato é que o governo do PSDB federalizou uma proposta regional do Buarque, que na época era do PT, mas que por ironia, o próprio partido foi contra.

Na campanha de 2002, no entanto, com ótima visão de marketing, foi lançado o "Fome Zero" pelo PT, e deixando de lado o "sou contra" entra em cena o "Lula, paz e amor".

Batizado, rebatizado, batizado e rebatizado, o programa é indiscutivelmente um dos pilares do governo Lula.

PSDB, PFL, PT, PDT, com apoio, sem apoio, parcialmente ou majoritariamente, estão no bojo dessa criação.

Certamente Lula foi o que mais soube aproveitar esse "filho" que no início o PT rejeitou e depois adotou.

Serra não rejeitou no início mas também não deu muita importância ao "filho".

A figura de Dilma, no entanto, nessa história, de "mãe" é que não é.

A de ACM então, ninguém está se lembrando, injustamente. Imagine só.

É esperar pra ver quem "embalará" o "filho" que teoricamente poderia se chamar: "Bolsa-escola-vale-gas-cartão-alimentação-fome-zero-bolsa-família-buarque-cardoso-souza-magalhães-perillo-silva-.... (resta saber se depois virá "rousseff" ou "serra"... e olha, quase que foi "silva" de novo, com Marina).

Em tempo.
Acabo de assistir o programa eleitoral da Dilma, onde, mais uma vez, comparando FHC com Lula, disseram que no primeiro governo não existia "nenhum programa de transferência de renda", enquanto que no segundo foi criado o "bolsa família". Ah, não, vai começar tudo de novo? Quem será o público alvo desta propaganda? Será que eles acham que os indecisos são ignorantes?
Abraços a todos.
Cacá Perez

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Charge do Toninho

Charge do Toninho

"AQUILO QUE NÃO PODES CONSERVAR NÃO TE PERTENCE"

Excelente frase divulgada na coluna FALANDO SÉRIO de Wellington Ramos do JM. Espero que muitos ruralistas e políticos a tenham lido.