Um grupo de 450 mulheres trabalhadoras rurais, ligado a uma organização do Movimento dos Sem Terra (MST), interditaram a Rodovia BR-050, km 115, em frente à entrada da fazenda Inhumas do Vale Verde.
O bloqueio com pneus em chamas teve como pauta a denúncia da situação em que vive as trabalhadoras rurais, o protesto contra o uso indiscriminado de agrotóxicos, a monocultura da cana-de-açúcar e a defesa da Reforma Agrária.
A coordenadora das Mulheres da Via Campesina-MG, Sônia Maia Roseno (38), explica que a ação marcou as atividades do dia 8 de março que comemora o Dia Internacional da Mulher, mas como a data este ano cai no Carnaval o manifesto foi antecipado. "A mobilização integrou a jornada nacional de luta das mulheres em defesa da vida e contra o agronegócio. O protesto é uma forma de contestar a prática de alguns agricultores que utilizam agrotóxico no meio ambiente, defender a produção de alimentos mais saudáveis e reivindicar uma fiscalização mais intensa no meio rural. Estamos protestando contra o avanço da cultura da cana-de-açúcar, a monocultura que pode provocar prejuízos para a agricultura e causar um desequilíbrio ambiental", desabafou.
Roseno ressaltou que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo, inclusive de agentes contaminantes nocivos à saúde humana, animal e vegetal que já foram proibidos em outros países. "Nossa luta é para defender a Reforma Agrária, estamos mobilizadas para dar visibilidade aos problemas causados pelo agronegócio. Um dos principais é o uso indiscriminado dos agrotóxicos. O mercado de venenos é um problema para a nossa soberania, para nossa saúde e para o meio ambiente", enfatiza.
PRF - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia do Meio Ambiente estiveram no local e acompanharam a manifestação que terminou de forma pacífica. (SN)
Voz do Cerrado:
Quero aqui, em nome do Voz do Cerrado, parabenizar a Via Campesina-MG, através de sua coordenadora Sônia Roseno pela manifestação em defesa da vida e contra o uso indiscriminado do agrotóxico, a invasão da monocultura da cana-de-açúcar, o desequilíbrio ambiental.
Infelizmente, seja através de audiências públicas ou de mobilizações como estas do MST, uma coisa é certa: os representantes do capital não nos ouvem, não nos sentem, não nos tocam, não nos cheiram.
Mesmo que as duas maiores entidades científicas do Brasil, SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e ABC - Academia Brasileira de Ciência, endossem o apoio aos movimentos ambientalistas e sociais, ainda assim, a cúpula ruralista não dá o braço a torcer.
Defender o Homem do campo não é representar latifúndiários e Usineiros, em detrimento do bem comum, do meio ambiente e de leis Federais como o Código Florestal ou municipais como o Plano Diretor e Lei Orgânica; não é priorizar a monocultura e a devastação de nossos biomas, reservas indígenas e quilombolas; não é colocar a agricultura familiar refém dos grandes empreendimentos que os isolam e constrangem, arrendam suas terras para depois entregá-las inférteis e com os recursos naturais, flora e fauna comprometidas ou extintas.
Parabéns Via Campesina, Parabéns MST pela coragem em mostrar a verdade e dizerem o que está entalado na garganta de muita gente, mas que o medo da perseguição e da censura velada do nosso sistema capitalista, impõe.
Um comentário:
Cacá, solidariedade e companheirismo com a luta da Via Campesina e MSt; e que as flores possam todoas , como elas, dizerem alto: sim a vida, não a violência... Por pão, terra, liberdade e amor...
abraços com carinho, Jorge
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