"Muitas espécies. Um planeta. Um futuro." Esse é o lema da ONU para o Dia Internacional do Meio Ambiente, em sintonia com o Ano da Biodiversidade, também proposto pela ONU.
O modelo atual de nossa sociedade vem dizimando espécies e diminuindo, drasticamente, a biodiversidade no planeta. No Brasil, onde se concentra a maior biodiversidade do planeta, os exemplos negativos de agressão à fauna e flora, são encontrados cotidianamente.
O que temos de questionar é o modelo social que criamos. A "pegada ecológica" que busca medir o impacto do Homem sobre a natureza, já chegou ao cálculo de que precisaríamos de 5 planetas Terra para sustentar o modo de vida consumista do norte-americano, ou um pouco menos, para o europeu. Fez-se a comparação com um cheque especial, onde estaríamos gastando 45% a mais do que o salário permite, tornando essa prática insustentável. É assim que estamos tratando o planeta, em acelerado ritmo de exaustão.
Nada adianta falarmos de sensibilidade, respeito à vida das espécies animais e vegetais. Grande parte da humanidade está se lixando para isso. A grande maioria dos gestores públicos, idem. A mudança teria de vir do modo de vida. Menos consumo, mais reciclagem, mais economia. Mas no sistema capitalista, como pedir isso?
Tenta-se a sustentabilidade. Uma forma de produzir e consumir sem agredir o meio ambiente. Utopia, dentro desse modelo capitalista.
Enquanto isso, vemos um dos maiores desastres ambientais no Golfo do México, com o vazamento de 800 mil litros diários de óleo, sendo despejado no oceano, até agora sem solução.
E o Brasil, teimando em explorar o pré-sal. Imagine um desastre ecológico, a profundidades muito maiores que a do Golfo do México?
Este ano tivemos a Usina de Belo Monte, empurrada pelo governo federal, goela abaixo das comunidades indígenas, ambientalistas, da sociedade civil, enfim; a tentativa da cúpula ruralista em mudar o Código Florestal Brasileiro... Nada a comemorar.
Em Uberaba, o lixão do Jardim Espírito Santo volta à tona; a Pedreira de Léa continua sendo usada de forma irregular; as queimadas continuam impunes; a cobertura vegetal vai diminuindo assustadoramente; os animais sobreviventes tentam se refugiar na cidade; o necrochorume volta à tona e ainda vai dar muito pano pra manga... Nada a comemorar.
No aspecto político uma gota de consolo. A campanha "Ficha Limpa" da sociedade civil, é aprovada no Congresso e no Palácio do Planalto. Quem sabe menos políticos corruptos tragam um dano menor ao meio ambiente do futuro.
No aspecto político uma gota de consolo. A campanha "Ficha Limpa" da sociedade civil, é aprovada no Congresso e no Palácio do Planalto. Quem sabe menos políticos corruptos tragam um dano menor ao meio ambiente do futuro.
Um comentário:
Querido amigo, na sociedade de consumo, as pessoas compram o que não precisam, com dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem.
Brilhantemente Edgar Morin nos alerta:
"A consciência ecológica levanta-nos um problema duma profundidade e duma vastidão extraordinárias. Temos de defrontar ao mesmo tempo o problema da Vida no planeta Terra, o problema do destino do Homem.
Isto nos obriga a repor em questão a própria orientação da civilização ocidental.
Na aurora do terceiro milênio, é preciso compreender que revolucionar, desenvolver, inventar, sobreviver, viver, morrer, anda tudo inseparavelmente ligado".
Não vamos esmorecer!
Afetuoso abraço de quem muito te admira.
Maria Alice
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